sábado, 29 de novembro de 2008

Index: o Terror-capital


Sabe-se que há, de acordo com Bell, dois modos de produção: capitalismo e estatismo. Primeiro, o capitalismo se reestruturou completamente nas décadas de 1980 e 1990. Dinheiro não é capital, em primeira instância, o capital é derivado de alguma expropriação do assalariado ou da espoliação via crédito. Com a reestruturação do modo de produção capitalista através do setor informacional, Fukuyama ironizava o fim da história com a queda do muro de Berlim e com Gorbatchev na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, Perestroika e Glasnost deram o tom da derrocada do stalinismo retrógrado. Toda tentativa de territórios tornarem-se nações ou era democracia, com interesses norte-americanos, ou era terrorismo.

O que aconteceu no pré-millenium tension? A reestruturação informacional. De Ronald Reagan e Margaret Thatcher até George W. Bush e Tony Blair não só vimos o setor informacional dar suporte a espoliação do capital, por meio de empréstimos suntuosos a países condenados a dependência, como assistimos um rumo novo para essa história. Chama-se de reestruturação produtiva informacional ao desenvolvimento da rede de computadores via internet. Como demonstrou Virilio, a primeira elaboração deste sistema ocorreu nos Estados Unidos, no MIT da década de 1960. A rede emaranhou-se pelo mundo afora e deram suporte para três grandes guetos dourados NY, SP e Tóquio. Deu-se a isso o nome de globalização. Satélites foram jogados para o espaço.

Esta foi a mesma época em que a queda das bolsas de valores em SP ocorria sem tréguas. O setor científico-informacional pauta-se na informação e transmissão de dados, cujo capitalismo central deixava de ser produtivo e as indústrias passariam para a periferia. O exemplo disso foi quando, em escala nacional, as empresas passaram para o nordeste do país e São Paulo tornou-se, no final da década de 1990, de acordo com Harvey, um gueto dourado. Houve um eixo produtivo no capitalismo privilegiado, qual foi ele? O setor agroexportador e o informacional. O símbolo do Salvador da Pátria era um personagem de novela que era um bóia-fria de plantações de laranjeiras. Houve o inesquecível bug do milênio e ninguém entendeu o que era aquilo. Fuga de capitais, mais do que isso, Harvey designou isso por capital fictício. O neoliberalismo invocado por Reagan e Thatcher já não era mais aquele terror da cortina de ferro, que estava ruindo nas mãos de Clinton.

Aponto algumas questões que devem ser explicadas. De que modo se estrutura a tecnologia informacional? Como beneficiava ao capitalismo global, a globalização? O que significa o capitalismo através do setor informacional em termos governamentais? A tecnologia informacional se estrutura em um duplo eixo: visão e velocidade, logo, computação. Beneficiava ao capitalismo global levando dados de todos os pregões do planeta desenhando o antigo mapa da globalização, cujo nosso quinhão era São Paulo como um ponto do globo e o resto? Tudo o que não fosse a nossa capital a financeira era o resto... Em termos governamentais significava o ápice do capitalismo neoliberal, pelo menos esta foi a última e mais esquizofrênica de todas as metamorfoses do capitalismo.

Para uma economia que não se consolidava em bases sólidas e produtivas, com fuga de capitais e a reinvenção de capital fictício como prática, ficava fácil temer os números das bolsas de valores e o jogo da alta do dólar. O investimento em propaganda e marketing sublimava os mass media, hollywood e rock na roll era um clímax! O estatismo? Essa é outra história.

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